o que os olhos não veem,

o coração fica louco.

quinta-feira, julho 29, 2010

 

fragmento

[...]

sabe, como diria aquela sua música: "eu quero ser agora e não depois, feliz"
acho que é isso.
eu preciso fazer isso agora!
às vezes acho que nós somos tudo demais...
tesão demais, desejo demais, paixão demais, ciúmes demais
essa coisa toda patológica
e sinto falta de amar mais tranquilamente, plenamente
canso de tantos altos e baixos
preciso de alguma estabilidade em nós
não morna, entenda, maneira
para que eu sinta que isso vai ser maior do que o que veio antes
do que o peso que veio antes

então, preciso que você me diga que quer fazer isso com todas as suas forças
que vai se entregar por inteiro
que compreende a grandiosidade disso
e preciso logo!
não quero mais más lembraças
quero as boas, leves
e quero agora ou, ao menos, em breve.

já foram as mil lágrimas
cadê nosso milagre?

[...]

terça-feira, junho 08, 2010

 

antigas IV

Aqueles cabelos, tão negros quantos os meus, aquelas unhas, rubras como as minhas, os lábios, carregados dos mesmo desejos e os olhos, dos mesmos pecados. Estamos no mesmo barco, no mesmo quarto de bordel.
Ela arregala as pernas e sorri, calma.
Eu me mantenho sisuda, pernas cruzadas.
Acho que ela vai ser mais feliz do que eu.
Ela não tem vergonha de ser aquilo tudo que eu sonho.
Eu, tenho vergonha até de sonhar.

quinta-feira, maio 27, 2010

 

whatever is my name.

hoje eu vou fazer diferente
vou chorar deitada no chão de casa
minha mãe viajou, se ausentou por uma semana
e é um pena que eu e você não estejamos juntos
porque poderíamos passar 7 dias transando
eu já tinha planejado um tanto:
aquele vinho branco pra não atrapalhar seu clareamento dental
aquela calcinha nova, talvez uma streap tease
bom, tanto faz
não vai rolar
assim, nessa semana free, não consigo ver muita graça
posso ouvir tv alta, monopolizar o laptop, não lavar os pratos...
mas eu nem mesmo quero sujá-los!
então, grande merda
minha mais útil liberdade é poder chorar tranquila, deitada no chão de casa.

segunda-feira, maio 17, 2010

 
Às vezes me encho de saudade, remorso, me ponho a espiar a janela de 5 em 5 minutos.
Basta, no entanto, fazer uma breve retrospectiva dos acontecidos e a cólera, paradoxalmente, me devolve ao meu eixo.
O mais incrível é perceber o prazer alheio na nossa dor.
Sei que não foi simplesmente algo como "estou bêbada, sozinha, a fim de dar, foda-se a namorada dele". O que houve e há é uma satisfação mórbida em ferir, em "roubar" um pedacinho do que nunca se conseguiu ser ou ter honestamente.
As mulheres são bichos estranhos mesmo. A depender delas, a inveja move montanhas.

quinta-feira, maio 13, 2010

 

meia-boca.

que coisa mais estranha
que tristeza
que angústia
eu queria era estar construindo algo
não parada olhando as pessoas me atropelarem
ou mesmo atropelando as pessoas
estou frustada porque nada do que tenho agora me é suficiente
ou forte
ou arrebatador, digo, apaixonante
ser colérico não é ser apaixonante
passar mal não é amar
e, com o que tenho, não sei o que fazer
por ter o que tenho em mãos, não sei o que fazer
se não existissem opções, já estava decidido
ou pelo menos eu poderia olhar pra tudo isso com mais discernimento, menos névoa
existindo - tantas! - me confundo e me perco
me embaralho toda
e realmente fico sem saber o que constitui o real, o que vale a pena.

terça-feira, abril 27, 2010

 
Estou angustiada e não consigo escrever.
Não vejo serventia, então.

terça-feira, abril 20, 2010

 
Me sinto mal.
Eu estava bem.
Eu estava bem mas quando você volta e me pede que eu lhe perdoe, me enche de raiva, veneno.
Enquanto você não for meu namorado, não tenho que pensar em nada disso.
Enquanto você não for meu namorado, não tenho com o que me preocupar.
Enquanto você não for meu namorado, não me importa aonde você anda, fazendo o quê, com quem.
Então, entenda, eu não lhe quero como namorado, eu não lhe quero ao meu lado.
Eu estava bem, não sei porque diabos cogitei esse pacto de "1 mês".
É que ontem, quando eu estava bem, eu não lembrei de nada, justo porque estava bem.
Mas hoje, quando eu pensei em você, quando eu pensei em nós dois - como pediu que fizesse -, senti cólera, amarguei, eu não fiquei nada bem.
O fato é que eu perdi a esperança em nós há muito tempo e permaneci apenas por fraqueza, torcendo para que o dia que eu tivesse o mínimo de amor próprio chegasse. E esse dia finalmente chegou. Eu me senti mal de início, mas depois, naturalmente, eu fiquei bem.
Se você acha que em 1 mês pode alcançar uma cura, ok.
Mas eu sei que não há 1 mês que cure a minha dor a ponto d'eu voltar para o seu lado.
Então, me deixe em paz, me deixe ficar bem.
Porque eu estava bem.

 

carta.

O que de mais importante devo dizer é: não posso ficar com você agora. Essa é a melhor decisão pra mim e, tenho certeza, pra você também. Do jeito que estávamos, só colhíamos angústia e mágoa, que tendia a apagar os momentos bons. Momentos que eu quero e vou guardar.
Quero também, sinceramente, o seu bem. Quero que você consiga ser mais feliz, "se revolucionar", como você diz. Acredito completamente nessa possibilidade, porque está nas suas mãos. Não vejo você como um monstro e nem a mim como uma santa, somos só duas pessoas com defeitos, falhas, fraquezas e culpas (não deixe esta última pesar tanto).
E assim sendo, posso dizer que eu não desisti de você, não lhe abandonei, não lhe deixei. Eu apenas olhei pra mim mesma por um segundo e vi alguém que também precisava de ajuda, de algum carinho, de algum cuidado.
Eu estava tentando acalentar você e, no entanto, estava esquecendo de mim, me desrespeitando (e eu acho que a idéia de se amar primeiro para depois amar "ao próximo" é válida). Que adiantava tentar lhe amparar se eu mesma estava caindo de um abismo? Estávamos apenas somando nossas dores, nossas quedas.
É como numa viagem de avião. A regra não é que em caso de imprevistos deve-se colocar a máscara de oxigênio primeiro em si mesmo pra somente depois ajudar outréns? Alguma parte da vida funciona da mesma forma.
A ilusão, muito mais minha do que sua, foi achar que a sua força de vontade era o suficiente para mudar suas atitudes de imediato. E não era, faltava o acréscimo do tempo. Essas coisas levam tempo. Então, quanto às decepções desses dias que se seguiram àquelas revelações, provavelmente eu me culpo muito mais do que lhe culpo. Me culpo porque sinto que de alguma forma você tentou me dizer que eu não devia permanecer ao seu lado depois de tudo. Ainda que não fosse esse seu desejo, quando você dizia que "ia sentir minha falta", era sua forma de dizer que sabia que eu estava fazendo a coisa certa em me afastar e, no entanto, eu não quis ler esse sinal e não fui forte o suficiente para manter-me na minha decisão. Você também não foi, claro: sempre me recebeu de volta.
Mas, o último final de semana me deu um estalo. Foram tantas surpresas que eu nem soube como reagir. Acho que o que mais pesou foi, metaforicamente, um corte por cima de outro corte que ainda nem havia estancado. Digo, me desapontei na Sexta e antes mesmo de sentir que eu havia relevado aquilo, me desapontei novamente no Domingo (normalmente havia uma pausa). Portanto, naquele final de semana eu percebi que o que me aguardava dali em diante, pelo menos por algum tempo, era isso, essa "eterna" sensação de desapontamento, e não agüentei.
Que fique claro: eu posso sim compreender e "perdoar" tais desapontamentos, eu só não posso deixar que aconteçam de novo.
Entendo essa sua visão dramática de achar que sou a única que pode lhe dar conforto, que sou a única que acreditou, que ficou do seu lado. Mas espero que tenha alguma parte de você que saiba que isso não é verdade. Que dói, que fere, que mata até, um pouco, mas passa. E que vem tanta coisa...tanta coisa ainda, tanta coisa boa. Acredite, esse tratamento vai fazer sentido de uma forma ou de outra.
Eu, apesar de tudo, sinto felicidade por ter compartilhado esses meses com você. Por ter conhecido um pedacinho de você, do seu mundo, sua história. Fez todo o sentido. Mesmo sem grandes construções sólidas, trocamos e isso foi lindo. Então, não vamos pensar no que não foi, no que era pra ter sido, vamos apenas pensar nisso. No que foi de fato, no que nos significou. O resto é resto. O resto ou é a ilusão sobre o que passou ou é a pureza do que ainda está por vir. Deixemos vir.

De quem se quer bem,
De quem te quer muito bem,

Maíra.

foi assim;

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